Recado.
Menino de olhos atravessados por chuva de estrelas, eras o vaga-lume romântico que fazia piruetas na esquina. Relâmpagos eriçavam teus cabelos quando rebatias a tristeza com doses exacerbadas de insensatez e súplicas ao deus surdo que insistias em amar.
Guri-sombra que só o que queria era respirar, foste o esboço que, na rudeza gélida da noite, mergulhou sofregamente em seu destino sem me dizer adeus. Veloz e abarrotado de encantamentos, desapareceste no sangue da noite.
Overdose. Dose fatal de magias.
Hoje te encontrei confundido com um inseto, coração trespassado por uma bala, embrutecido, sem memória ou esperança.
Um número gravado numa placa.