domingo, julho 29, 2007

Velo teu sono entre paredes que refletem a felicidade efêmera vivida nas poucas horas roubadas. Neste quarto de hotel, nada do que escrevo faz algum sentido. Uma bagana largada na mesa, restos de vinho amanhecido, o som distante de uma milonga, um celular que não pára de tocar, casacos jogados no chão, mantas e luvas na cabeceira da cama, brincos esquecidos no banheiro. Parece que uma guerra aqui se iniciou. Espio a cara redonda da lua que ilumina a aurora incipiente. Sinto frio. Preciso de carinho. Brigo com o que de ti em mim persiste, insiste. Como impedir a comunhão entre nós se nos espelhamos, fogo e ar, alimento e combustão?