domingo, outubro 30, 2005

Este delírio que quebra silêncios e amortece dores, afasta os abutres que se aproximam do anjo de asas tortas que pouco a pouco desaba. Salpica o chão de rosas vermelhas, traz a vertigem de óleos, mel e perfumes sensuais, empapa de suor a oscilante silhueta que se arrasta na solidão. Da mistura de tudo o que a mão alcança, do bruxuleio da alma que liberta, das veias que abre em passagens de mundos íntimos, emerge feito o frescor de uma madrugada de primavera.