domingo, novembro 06, 2005

É domingo. Aeroporto lotado, vôos atrasados e te encontro num Cybercafé. Nos olhos circundados de olheiras refletes a placidez da lua. Teu desejo me encosta à parede, se encaixa entre minhas coxas, faz vazar a loucura que brota de minhas entranhas e de onde não consegui te abortar. Tremendo pela fome de viver com migalhas que entremeiam tuas ausências, acompanho o desenhar nas paredes dos contornos de nossos corpos que, transformados em outros corpos, com gestos de desespero se procuram. A impossibilidade do encontro massacra e enraivece, joga por terra a visão de nossa nudez amanhecendo coberta pela suavidade de um lençol sem fim.
É domingo. A chuva cessa , os aviões pousam, atendo ao chamado para o embarque. Viajo em outros braços, bocas e mãos e neles deposito o enorme cansaço de não te ter por perto.

3 Comments:

Blogger douglas D. said...

nossas carnes furiosas a devorar o outro que nos falta - desejo, desespero, loucura e paixão - tudo, tudo ao mesmo tempo. maldita carne a nos desnudar em nós mesmos, bem no meio da multidão desprovida de sentidos. carne, maldita carne que nos vicia e depois, parte.

6:35 PM  
Blogger douglas D. said...

vontade de ler mais...

3:14 AM  
Blogger douglas D. said...

será que vc ao menos ainda passa por aqui?

2:51 AM  

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