quarta-feira, agosto 23, 2006

Fugaz, te espio.
Ainda tenho o mesmo vício, a mesma fraqueza: cabeça de hidra sufocada e renascida, cadela no cio, exigente e voraz. Acima da névoa amarga, espremida em obsceno repasto, vazia de todas as formas, oca de qualquer paixão, expio, como vulcão invertido que, escondido nas cinzas, carrega o furor de viver.
Corpo fundido em agonia, anjo obscuro da noite, relâmpagos me penetram, dominam, controlam enquanto danço ao zunido de mil chicotadas até adormecer.

2 Comments:

Blogger douglas D. said...

Possuo a solitude das madrugadas que recusam partir. Inquietos, meus olhos aguardam o amanhecer como se pudessem escapar ao amanhã. Agarrado ao tempo que me resta, rascunho imagens na pele nua dos meus assombros, pois eu preciso dos vestígios e das enervações de quem fui. Ouço os sons que vêm lá de fora:rastejantes, sentem o peso da indiferença imposta pela aurora que já se anuncia. Abro um livro qualquer e pouco importa a página que leio. Fogem-me as palavras, não sem antes arranharem o pouco de fé que me restou.

3:21 AM  
Blogger douglas D. said...

Ah, titia...é bom sentir você de volta!

3:22 AM  

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