domingo, setembro 03, 2006

Porto Alegre, noite sem ternura: o minuano assobia enraivecido, gemidos quebram o silêncio.
Maldita até as entranhas, alma ardendo na crueza insaciável dos desejos, segredos expostos à perversão e aos vícios que escorrem na pele enlanguescida, perco-me, miríade de estrelas em explosão. No limite do abandono, no mais profundo saber-me viva, com as veias entupidas de insensatez, saboreio o gozo na dor.
Os monstros da manhã surpreendem-me encolhida nos cantos do inferno. No porão dos sonhos, amaldiçôo deuses, acolho anjos mambembes, sou só frangalhos.
À indiferença do alvorecer que me devora, lanço-me, monturo de músculos e ossos em nó cego atados, delírio que não se basta, esboço em constante contradição.

1 Comments:

Blogger douglas D. said...

Chego em casa sem lembrar de onde vim. Só o gosto da cerveja,a fumaça dos cigarros que fumaram por mim e a tua saliva e o teu hálito e as tuas mordidas no meu lábio inferior fazem sentido e dão a certeza de que estive ali, em algum lugar. Dessa vez não esperarei os malditos pássaros cantarem com o sol nascente(escolho fechar os olhos e dormir um sono medroso, pois eu sei, faltar-me-á o teu corpo nu, branco e lânguido ao meu despertar)

2:50 AM  

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