domingo, abril 08, 2007

O silêncio filtra memórias que assombram.
Exagero de paixão, na ventania que em convulsão sufoco, sou potro indomável estremecendo na tua ressaca. Sugada pelas feras que das margens observam, amante imobilizada no ocaso da vontade do outro, rezo para que a última noite não nasça.
Como te aprisionar em palavras se até nos delírios dos sonhos, premonições e maldições me empurram a agonia do fim?
Inconseqüente e perdedora, abafo teus beijos e abraços, gritos e soluços, saliva e esperma, no monturo que intumesce o ventre das gavetas vazias.

sábado, abril 07, 2007

Senhor do Tempo,
sem forma és,
sem nome sou.

Língua, dentes e dedos afundas em mim,
arreganhas meu corpo ao teu prazer.
Como mar dilacerado,
entre estilhaços
recolho a essência de teu ser.

No convencionado retorno,
és início e reencontro,
do inconformismo, a cicatriz.